segunda-feira, 19 de agosto de 2024

O dia em que Faye Dunaway tomou chimarrão?

 
(Imagem: Divulgação)

O recentemente encerrado Festival de Cinema de Gramado, no último final de semana (17/agosto), propicia a oportunidade para algumas memórias do mais antigo – e ininterrupto – festival de cinema do Brasil. Em meados dos anos 90 o evento da Serra Gaúcha vivia um momento de certa euforia em seus propósitos de internacionalização. Naquele período havia um esforço de investimento da organização para trazer grandes nomes e celebridades do cinema mundial para prestigiar com sua presença o evento gaúcho. 

Por aqueles anos circularam pelo Festival de Cinema de Gramado nomes como Elliot Gould, Gina Lollobrigida, o garoto (já nem tanto garoto) Salvatore Cascio (de Cinema Paradiso), a garota (já nem tanto garota) Ana Torrent (de Cria Cuervos), o celebrado diretor italiano Michelangelo Antonioni e a atriz Amy Irving, à época casada com Bruno Barreto, que aproveitou a estada na Serra Gaúcha para acompanhar a exibição do filme Bossa Nova (que protagonizava ao lado de Antônio Fagundes) e também prestigiar a entrega do Troféu Oscarito para os sogros, Lucy e Luiz Carlos Barreto. Outro nome cogitado foi o de Tom Cruise. O festival convidou o astro para acompanhar a exibição de De Olhos Bem Fechados que seria programado para exibição na mostra paralela Premières Gramado de 1999. O festival acabou ficando sem os dois: o astro e o filme.

(Imagens: Divulgação)

Uma das celebridades mais destacadas que aceitou o convite e subiu a serra, em 1996, foi Faye Dunaway, estrela de Bonnie e Clyde e Rede de Intrigas. A atriz não participava de nenhum filme em exibição. O brilho da sua presença no Festival de Cinema de Gramado se justificava pela condição de Convidada Especial, uma estrela de prestígio e reconhecimento do cinema mundial. Ainda assim, circulou naquele momento a explicação de que ela viria às terras brasileiras com a alegada intenção de procurar roteiros para futuros projetos. Ao que consta, aparentemente não encontrou nada do agrado. 

Enquanto isso, circulou por três dias no festival. Participou de coletiva de imprensa, posou para fotos, abanou para o público e subiu no palco do Palácio dos Festivais para receber um “Kikito Especial”, para rivalizar na estante da sua mansão com o Oscar de Rede de Intrigas. Em sua fala de agradecimento no púlpito encerrou de punho cerrado e em riste com um sonoro, e carregado de sotaque, “Viva o Cinema Brasileiro”. O tour gastronômico de Dunaway nas terras gramadenses foi um tanto frustrado. Não consta que tenha saboreado o chocolate quente, o foundue ou mesmo um galeto com polenta. E nem foi por razões de dieta restritiva de calorias. A razão foi mais, digamos, de ordem prática. A “mamãezinha querida” simplesmente trouxe toda sua alimentação pessoal direto de casa. O que não a livrou de um momento “saia justa”. Durante a coletiva de imprensa foi colocada à sua frente uma cuia de chimarrão. Daí pra frente é lenda ou fato. Para algumas testemunhas ela provou o mate, para outras ela apenas segurou a cuia. Fica para a história, então, essa rede de intrigas.


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